ORDENS E GRAUS ALIADOS

Sabemos que, em inglês, a organização é denominada “Allied Masonic Degrees”. Contudo, optamos pelo uso da expressão “Ordens Maçônicas Aliadas” em vez de “Graus Maçônicos Aliados”, buscando facilitar o entendimento dos Irmãos participantes. Essa escolha se justifica pelo fato de a organização trabalhar com diversas ordens, algumas das quais compreendem vários graus. Por exemplo, trabalharemos com a Ordem dos Nautas, que inclui o grau de iniciação e o grau destinado ao Presidente da Ordem (conhecido como Grau de Cadeira); trabalharemos também com a Ordem do Cordão Escarlate, que possui seis graus distintos. Assim, preferimos nos referir a essas como Ordens Aliadas e tratar os graus como parte dessas ordens.

Ordem de Nautas da Arca Real

A Ordem de Nautas da Arca Real possui dois Graus, o primeiro deles trata-se do Grau de Iniciação nesta Ordem e o outro, um Grau de Instalação, destinado àqueles irmãos eleitos para governar um Conselho das Ordens Aliadas como seu Soberano Mestre. A Ordem de Nautas da Arca Real aparece nos registros maçônicos em uma data muito antiga e a abundância de dados sobre esta Ordem pode ser considerada prejudicial, em vez de útil.

Em suas Constituições de 1733, James Anderson mencionou que todos deveríamos nos comportar como filhos de Noé (ou Noaquitas). Há muitos que assumem que esta é uma referência a uma cerimônia desta Ordem, mas não há nenhuma conclusão sobre isso. Em algumas jurisdições a Ordem (ou Grau) de Nautas da Arca Real são trabalhos de formas distintas: na Escócia, por exemplo, o Grau é trabalhado em uma Loja anexada a um Capítulo do Arco Real sob o controle do Supremo Grande Capítulo do Arco Real, já na Inglaterra, é trabalhado em uma Loja, anexa a uma Loja de Mestre Maçons da Marca, e sob a jurisdição da Grande Loja de Mestres Maçons da Marca, daquele país. Este sistema Inglês também existe no Brasil, tendo chegado aqui através dos vínculos distritais com os Maçons Ingleses. Contudo, frisamos que, as Cerimônias da Ordem de Nautas aqui trabalhada são distintas do Grau de Nautas do Sistema Inglês já existente no Brasil.

A Ordem apresenta aos Maçons as figuras de Noé e seus dois filhos: Jafé e Sem. Nos relembra os importantes acontecimentos Bíblicos do Dilúvio e da construção da Arca, fazendo-nos recordar da aliança de Deus com a humanidade, e nos convidando a sermos melhores homens todos os dias.

Ordem do Monitor Secreto

Esta ordem possui uma cerimônia muito instrutiva e baseia-se no amor, na amizade e fidelidade entre Davi e Jônatas.

A Ordem do Monitor Secreto possui três graus conforme segue abaixo:

 

 

1º grau – Irmandade de Davi e Jônatas: Indução: A lenda narrada durante a cerimônia da Indução é a história da amizade notável que existiu entre Davi e Jônatas. Durante a cerimônia, o candidato é instruído para que adote certas ações quando um Irmão está a ponto de fazer algo que poderia ser ultrajante a ele e ensina uma bela lição de amizade e fidelidade.

 

 

2º grau – Irmandade de Davi e Jônatas: Admissão de um Príncipe: A cerimônia de admissão a uma assembleia de Príncipes também se deriva do Livro de Samuel e narra como Saul desejou matar Davi. Relata uma lenda interessante dos métodos criados para frustrar os esforços do ciumento Rei.

 

 

3º grau – Supremo Governador Instalado: Este último grau constitui a cerimônia de Instalação de um Soberano Mestre do Conselho das Ordens Aliadas no grau de presidência da Ordem do Monitor Secreto.

 

Ordem de São Lourenço, o Mártir

A data real em que este ritual foi criado não é conhecida, mas acredita-se que tenha sido praticado na Inglaterra há mais de dois séculos. Embora o grau tenha pouca conexão maçônica com a lenda Hirâmica, sua lenda refere-se ao martírio de São Lourenço, que mais tarde foi canonizado por sua fidelidade e atributos cristãos. A principal lição desta Ordem é a força moral. A cerimônia não se relaciona nem ao Primeiro nem ao Segundo Templo, nem à Cavalaria Maçônica. É interessante pela sua simplicidade e tem uma lenda pouco comentada. A própria peculiaridade do Grau o diferencia dentre todos os Graus Maçônicos.

 

A figura real de São Lourenço é uma figura singular da igreja romana primitiva. Diz-se que as histórias tradicionais sobre São Lourenço retratam não o homem, mas a “figura típica de um mártir”. Sabe-se que ele foi um dos sete diáconos de Roma, e que ali foi martirizado quatro dias depois do Papa Sisto II em 258 DC. Foi sepultado no cemitério da estrada para Tivoli, onde hoje se encontra a igreja de São Lourenço. A lenda tradicional afirma que seu martírio foi ser condenado à morte ao ser assado em uma grelha. Contudo, é mais provável que ele tenha sido decapitado, como aconteceu com São Sisto. Os estudiosos não estão totalmente de acordo sobre os detalhes da morte de São Lourenço. Sua veneração data do século IV, e foi considerado um dos mais famosos mártires da cidade de Roma. Com São Sisto ele é nomeado no cânone da Igreja Romana. Sua festa é 10 de agosto. Seu emblema é uma grelha. Esta ordem também tem um grau de instalação, o de Venerável Mestre Instalado, destinado àqueles eleitos para comandar um Conselho das Ordens Aliadas.

 

Ordem de Cavaleiros de Constantinopla

Embora se saiba que este Grau foi trabalhado nos Estados Unidos já em 1831, sua origem real é desconhecida. O Ritual tenta conectar o lendário Constantino com a fraternidade maçônica; também incorpora uma referência à Maçonaria Operativa em uma palestra recheada com lições de justiça. O Ritual do Grau ensina uma bela lição de humildade e igualdade universal e deve ser cuidadosamente estudado por cada Irmão das Ordens Aliadas.

Ordem dos Grandes Sentinelas de Salomão

Esta Ordem é interessante e anteriormente era conhecida sob os títulos de “Maçom Eleito dos 27″ ou ” Maçom Escolhido dos 27″. Não há dúvidas de que esta Ordem e o grau de “Mestre Escolhido” tiveram sua origem em uma fonte comum. O Ritual é um produto de ritualistas americanos do final do século 19. A história diz respeito à construção do Templo e se conecta diretamente com a Maçonaria. Os oficiais são os três Grãos Mestres, o rei Salomão, o rei Hiram e Hiram Abiff. A história deste grau nos lembra que precisamos de um sentinela em cada pensamento nosso, palavra ou ação, para nos manter no caminho correto.

Ordem dos Mestres de Tiro

Este grau fazia parte de uma organização originalmente separada intitulada “A Suprema Pedreira Mundial dos Maçons de Tiro”. O Irmão John Raymond Shute II concebeu e escreveu o ritual, instituindo esta organização em Monroe, Carolina do Norte por volta de 1930. Foi concebido como “um grau histórico para esclarecer ainda mais seus membros sobre as tradições e marcos da Antiga Maçonaria”. Esta Suprema Pedreira possuía uma estrutura elaborada e uma própria Constituição. No entanto, obteve sucesso limitado e estando a beira de cair no esquecimento, foi então incorporada como Ordem Aliada em 1933.

Ordem do Arquiteto

Este grau é um dos quatro adicionados aos Graus Maçônicos Aliados por M.V. John Raymond Shute II em 1933. Tem um “sabor” de Rito de Perfeição e uma versão dele pode ser encontrada no “Manual da Maçonaria” de Richard Carlile impresso na Inglaterra em 1800. Como este ritual é uma composição de vários rituais em uso na época (um deles sendo o de Finch), há vários erros no corpo do texto, que neste momento não podem ser corrigidos, ou levaríamos a ter uma corruptela do grau de 1933. Pode-se especular que os catecismos de um ritual foram enxertados na cerimônia de iniciação de outro ritual, contribuindo assim para as discrepâncias observadas. Este grau, juntamente com os graus de Grande Arquiteto e Superintendente, compreendia um sistema completo, muito provavelmente vinculado a algum outro órgão, da mesma forma que os graus do Conselho Críptico foram originalmente anexados ao Rito Escocês. Uma versão deste grau aparece no Rito Adonhiramita.

Ordem do Grande Arquiteto

O Grau de Grande Arquiteto é a continuação da sequência da “Série Arquiteto”. É uma continuação das lendas salomônicas de arquitetura, que procuram impor o ideal de um corpo cada vez mais seleto e secreto dos artesãos que realizam trabalhos sobre o Templo de Salomão.
Este grau é um dos quatro adicionados aos Graus Maçônicos Aliados por M.V. John Raymond Shute II em 1933. Tem um “sabor” de Rito de Perfeição e uma versão dele pode ser encontrada no “Manual da Maçonaria” de Richard Carlile impresso na Inglaterra em 1800. Este grau, juntamente com os graus de Arquiteto e Superintendente, compreendia um sistema completo, muito provavelmente vinculado a algum outro órgão, da mesma forma que os graus do Conselho Críptico foram originalmente anexados ao Rito Escocês. Uma versão deste grau aparece no Rito Adonhiramita.

Ordem do Superintendente

Coroando e finalizando uma trilogia, a Ordem de Superintendente talvez seja, dentre todas as Ordens Aliadas aquela que mais exigirá dos membros. Com passagens mais longas e com diversos itens materiais, com certeza, se realizada com esmero, se tornará única na vida daqueles que a presenciarem. Com toda certeza, uma experiência única dentro do seio Maçônico.

Ordem do Excelente Mestre

A Ordem de Excelente Mestre era antes parte do Grau de Maçom do Real Arco, contudo, com o passar dos anos, resolveram retirar essa parte e trabalhar em um grau próprio. Muito bonita, e explica melhor o retorno dos Cativos da Babilônia a Jerusalém. Sobretudo pros irmãos do Arco Real Inglês, será uma importante complementação nos estudos do Grau do Arco Real.

A Loja representa a Grande Loja de Excelentes Mestres reunida na Babilônia, composta pelos descendentes daqueles Hebreus levados ao Cativeiro. O tema é de instrução e acontece antes da “jornada” do Grau de Maçom do Real Arco. O objetivo deste grau era instruir aqueles que iriam fazer a viagem a Jerusalém sobre como serem reconhecidos e devidamente admitidos pelos Artesãos envolvidos na reconstrução do Templo. É interessante notar que a “cerimônia de passagem dos véus”, conforme utilizada pelos Capítulos do Real Arco Americano, é quase completamente desconhecida no trabalho do Real Arco Inglês. Este grau é um dos graus obtidos por M.V. John Raymond Shute II do Supremo Grande Capítulo do Arco Real da Escócia que formou a base dos Graus Maçônicos Aliados Americanos em 1932.

Ordem do Cordão Escarlate

A Ordem do Cordão Escarlate possui 6 graus e ainda um Grau de Instalação, que são: o primeiro grau, chamado de Porteiro; o segundo grau com nome de Leitor; o terceiro conhecido como Curandeiro. Estes três primeiros Graus da Ordem são trabalhados nos Conselhos locais das Ordens Maçônicas Aliadas, sendo exigido que o Soberano Mestre do Conselho passe pela sessão do Grau de Presidente de Cerimônias Instalado, dando-lhe aptidão para conduzir um Conselho nesta Ordem. O quarto grau da Ordem é chamado de Conselheiro, enquanto que o quinto grau é conhecido como Guardião do Segredo Oculto, e por fim, o último grau da Ordem, destinado aos membros eleitos do Grande Conselho das Ordens Maçônicas Aliadas é chamado de Príncipe de Jerusalém. O pré-requisito para ser admitido na Ordem do Cordão Escarlate é ter sido antes recepcionado na Ordem do Monitor Secreto.

A Ordem do Cordão Escarlate rememora as passagens bíblicas do cerco à cidade de Jericó e a vitória dos Hebreus. É uma importante e distinta Ordem, com ensinamentos primorosos e cerimônias muito bem elaboradas. Não há aventais para a Ordem do Cordão Escarlate, contudo, cada grau possui sua joia específica:

 

Grau I – Porteiro 
Grau II – Leitor
Grau III – Curandeiro
Grau IV – Conselheiro
Grau V – Guardião do Segredo oculto
Grau VI – Príncipe de Jerusalém

 

Ordem dos Rolhas

A Antiga Ordem dos Rolhas também conhecida como “The Cork”, é um grau informal aliado a Maçonaria. Ela é descrita como “divertida”. Distintamente náutica na forma. A Ordem usa o emblema de uma rolha com um saca-rolhas inserido na diagonal. Tem um objetivo de arrecadar dinheiro para instituições de caridade infantil, se divertindo ao fazê-lo.
As origens do grau são desconhecidas, o ritual é satírico e baseada em torno da época de Noé e do dilúvio.
Os candidatos podem ser propostos e iniciado na mesma noite. Em comparação com as reuniões maçônicas, o traje é informal, sendo exigido dos membros o uso de chapéus (quanto mais estravagantes melhor).

Ordem do Ramo Vermelho de Eri

Esta Ordem é derivada de uma ordem muito antiga da Irlanda, constituída por maçons, mantida e patrocinada pelos Reis da Irlanda. Diz-se que nos primeiros tempos, Erin (Irlanda) possuía uma literatura e história igual as mais desenvolvidas nações antigas.

A Ordem do Ramo Vermelho de Eri foi incorporada nas Ordens Maçônicas Aliadas como uma Ordem Honorífica, como meio de se distinguir aqueles valorosos irmãos que dedicam-se às Ordens Aliadas. Os graus da Ordem são:


Grau I – Pajem – I – Um Conselho poderá conferir a qualquer membro, “pelo serviço excepcional ao Conselho”, o posto de “Pajem” (na versão americana chamado de Man at-arms) da Ordem do Ramo Vermelho de Eri.

Grau II – Escudeiro – Um Conselho poderá, a cada ano, conferir a no máximo dois irmãos, que já tenham recebido as honras de Pajem, o posto de “Escudeiro” da Ordem do Ramo Vermelho de Eri.

Grau III – Cavaleiro – Um Conselho poderá, anualmente, conferir a um de seus membros, que já tenha recebido as honras de Escudeiro, o posto de “Cavaleiro” da Ordem do Ramo Vermelho de Eri. Este irmão deve ser membro das Ordens Maçônicas Aliadas por no mínimo sete anos. Somente os membros que possuem o posto de “Cavaleiro” ou acima podem votar nos nomes dos irmãos para elevação à patente e ao título de “Cavaleiro” da Ordem do Ramo Vermelho de Eri.

Grau IV – Comandante Cavaleiro – O Soberano Mestre de um Conselho será alçado a categoria de “Comandante Cavaleiro” da Ordem do Ramo Vermelho de Eri, na próxima reunião anual do Grande Conselho que ocorrer após sua Instalação e Posse. Somente aqueles Cavaleiros que possuem o posto de “Comandante Cavaleiro” pode presidir como chefe de um Faslairt (nome dado a célula local da Ordem) anexado a um Conselho das Ordens Aliadas, podendo assim, presidir as Cerimônias de concessões dos três primeiros graus da Ordem.

Grau V – Cavaleiro da Grã-Cruz – Todos os Grandes Oficiais, com a aprovação da Diretoria do Grande Conselho, são elegíveis para o posto e título de “Cavaleiro da Grã-Cruz, da Ordem do Ramo Vermelho de Eri”.

Grau VI – Supremo Cavaleiro da Grã-Cruz – Todos os Soberanos Grão-Mestres, do passado e do presente, deverão, com a aprovação da Diretoria do Grande Conselho, ser elevados à classificação de “Supremo Cavaleiro da Grã-Cruz, da Ordem do Ramo Vermelho de Eri”.

 

Além disso, o Grande Conselho manterá o direito, a honra, o costume e o privilégio de conferir a irmãos considerado dignos, por serviços direta ou indiretamente relacionados à nossa Fraternidade, incluindo considerações diplomáticas, qualquer honraria da Ordem do Ramo Vermelho de Eri.

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